sábado, 13 de fevereiro de 2010

Luto

Para me salvar, me reencontrar, matei minha alma...
Para me resgatar me parti em duas e nada resta a não ser esperar que a escolha tenha sido a certa e a decisão final seja a correta...

O fim de todas as coisas... Só uma reflexão e nada mais

Quando crescemos e descobrimos os outros, nos deparamos com uma roda-viva de idéias, aspirações, curiosidades e sentimentos que muitas vezes conflitantes dentro da cabeça e do coração nos impulsionam ou nos paralizam, em um jogo de antíteses, de ações antagônicas, mas vitais.

E assim seguimos...
Olhamos, sorrimos, chegamos perto, conversamos, conhecemos e nos envolvemos...
E aí?
Imagem da internet

Daí em diante, são descobertas, trocas, confidências, intimidade, realização, palpitações no peito, borboletas no estômago, frio na espinha, tremedeira nas pernas... Os beijos são tão intensos que parece que uma alma se funde a outra... O desejo é tão claro que pensar-se sem ele é absurdo.
Presentes, mimos só porque lembrei (ou pensei) em você, perfume predileto, música dos dois, planos e mais planos, mesmo que sejam planos sobre onde irão almoçar, ou que filme assistir... Ainda assim, trocam idéias, impressões, riem das mesmas coisas, feitos bobos... E mesmo dentro dessa vertiginosa bobeiragem geral, nada é mais lógico, mais real ou normal.
Telefones à noite, noites que viram madrugadas e só depois é que se pensa na conta a ser cobrada pela prestadora; são sorrisinhos abafados para não acordar as pessoas da casa, ou não dar na pinta que você está pendurada "novamente" ao telefone falando com a pessoa...
São suspiros longos, daqueles que fazem os olhos se fecharem e olhando para dentro, ver claramente os momentos vividos e os que ainda estão por vir.
Estando apaixonada nada importa, nem a demora do ônibus, nem a chuva repentina, nem pisar em 'caca' de cachorro, afinal, tudo é mais belo ao lado de quem se gosta.
Não há espaço para outras pessoas, nem família, nem parentes, nem colegas, nem amigos, nem melhores amigos. O mundo de tão vasto torna-se o espaço existente apenas entre os dois quando estão perto... Caso estejam distantes um do outro, o espaço é buraco negro, pois o mundo se resume aos dois e a tudo o que diz respeito a eles, somente a eles, e a mais ninguém...

Cabelos penteados, arrumados do jeitinho que ele gosta, o rosto irradia uma felicidade incontida, e a boca não desfaz o sorriso pleno, daqueles que formam até covinhas em cada canto do rosto; e o que dizer dos olhos? São brilhantes, e captam cada gesto, cada detalhe, registram com avidez tudo para formar memórias preciosas, especiais...

Depois?

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Depois vem a rotina, o já saber quem é o outro. Saber o que gosta e o que desgosta, o que agrada e o que desagrada. Saber das preferências e das coisas que irritam.
É finalmente começar a ver os defeitos... É um gesto, uma palavra, uma forma de falar, um jeito de reagir, que antes parecia encantador ou charmoso, que faz agora o sangue ferver... Mas em nome das lembranças, das boas lembranças, respira-se fundo e releva-se tudo, ou quase tudo.
Fica mais difícil a cumplicidade, as diferenças e individualidade ficam mais acentuadas... E cada um começa a fechar-se em seu mundo, que agora são eles mesmos... E o buraco negro, que antes simbolizava a distância e a vontade de estar perto, torna-se resposta, fuga e alívio para os momentos da relação. 
Depois, o que foi paixão, tornou-se amor, mas ninguém ensina que amar é diferente... Ninguém orienta que quando começamos amar, passamos a rever prioridades, colocando o outro primeiro, esquecendo de nós mesmos... Criando sonhos não compartilhados, e assim, surgem as frustrações, os medos, a insegurança e a certeza de que algo vai mal.

E aquele mesmo buraco negro que ficava entre, agora é inter... Vem habitar dentro de nós... Um vazio, uma angústia, uma dor que vai dilacerando, ferindo, magoando até abrir feridas tão profundas que custam a cicatrizar...
O desespero passa a caminhar  lado a lado, a solidão na alma é dolorosa e o silêncio entre os dois só faz aumentar a escuridão.
Toda a cumplicidade se perde, a intimidade deixa de existir, o brilho dos olhos, a magia dos planos e sonhos, o sorriso todos eles morrem pouco a pouco, até restar apenas cinzas, apenas más lembranças.
Mesmo caminhando na mesma estrada, um dos dois ou os dois seguem por trilhas diferentes, buscando reaver o que se perdeu.
Deixando para trás uma vida vivida e agora esquecida, que não mais tem importância...

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E então? A dúvida e a suspeita se tornam certeza, a dor se expressa em lágrimas, o silêncio rompe-se em gritos e soluços de angústia, sofrimento e loucura. Perguntas e mais perguntas preenchem o vazio, não para  aliviá-lo, mas para reforçá-lo, aumentá-lo, ampliar sua força, seu impacto... Seu poder destrutivo.
A esperança morta há tempos, não é mais alternativa, os olhos já não olham para dentro, para que o deserto que avança em meio a dor não seja visto, nem seja percebido em toda a sua extensão e estrago feito onde antes só havia beleza, felicidade, sonhos e planos...
Mas, como que por uma insana busca de colar cacos tão pequenos, que quase não se podem ver, ressuscitam a esperança, pensando poder restaurar o que se perdeu, arrumar o que foi arruinado e assim seguir suas vidas, agora, lado a lado... Mas mesmo com desculpas e perdão, as feridas permanecem sob a superfície em um estado de fragilidade tal, que qualquer descuido as fazem sangrar novamente... Faz com que a vida volte a ficar opaca, insípida, estéril... Faz novamente vida tornar-se em morte... Desolação.

E voltando a sangrar, novas perguntas surgem como complemento das antigas...
Por quê? Quando? Como? Onde? E para quê?
E se?

Em reposta, obtem-se meias palavras, meias verdades, surgem dores inteiras, mágoas inteiras... 
Dúvidas sobre a esperança nutrida aquela que fora ressuscitada, reaparecem agora, com mais força, agora com uma nitidez assombrosa...
Passa-se a duvidar até mesmo de si, da sanidade, das ações e do tempo empenhados, dos sentimentos existentes, da fulgaz idéia de que podia dar certo.
Não dá mais para ver além da visão embaçada e turvada pelas lágrimas, nem pensar com lucidez além das dúvidas, das ligações mentais que completam os fatos em uma vertiginosa queda para dentro de si mesmo... Para dentro do buraco negro que, fortalecido, engole e devora tudo ao redor... Confiabilidade, certezas, segurança, verdades, esperanças e sonhos, planos e sentimentos... Devora e destrói a crença de que havia algo possível... Mata a fé...

Agora?
O que resta é uma couraça ao redor do peito, uma sombra constante sobre o olhar, uma dor que dilacera a mente e a alma... Que protege contra tudo, contra todos, contra sonhos e esperanças vãs...

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Armas em punho, lábios cerrados em um rosto sem emoção, em um corpo sem vida...
Resta a sensação de perda, de fracasso, de que é hora de não mais caminhar pela mesma estrada, mas em outra direção... Caminhar sem ter que olhar mais para o lado na certeza de encontrar mãos dispostas a amparar e ajudar, olhos que faziam tudo ficar mais claro.
Agora tudo é diferente... Os espaços que um dia foram preenchidos por todo um mundo de possibilidade de dois, tornou-se um vazio árido de envolvimento de somente um, mas pleno de vontade e força para prosseguir, para continuar... Seguir adiante, sem medo do que pode vir mais à frente... Sem medo das dificuldades, das batalhas que serão travadas, sem medo das noites chuvosas e entrecortadas pelos trovões, clarões e frio, sem receio dos desafios ou de aspirar esse novo tempo que se aproxima.
Não há espaço para nada mais, além de quem ficou com o vazio e que agora, faz das marcas das lágrimas que escorreram e secaram na pele, as cicatrizes de um amor que há muito foi sendo assassinado até restar apenas um cadáver.
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um pouquinho de rebeldia faz bem...


Pensei em não postar mais nada por aqui, mas definitivamente, preciso de um lugar em que eu possa expor minhas idéias, pensamentos, irritações e o que mais vier sem o veto da censura. Coisa que no Tigela, não dá muito pra fazer...
Por algumas situações tenho me questionado se estou  batendo bem das idéias, pois meu pavio sempre foi curto, curtíssimo, ínfimo, praticamente inexistente até, mas de uns anos pra cá, tem se alongado a um ponto que me pergunto onde foi que errei comigo mesma?

Será que alguém já chegou a uma certa altura da vida, olha pra trás e se pergunta:
" - Ué! Cadê eu?"

Sempre fui daquelas pessoas que não esperavam por nada, iam e/ou faziam e pronto, depois pensava em como "aparar" as arestas do que não desse muito certo.
Ria à toa, com a boca toda aberta, com os olhos acompanhando a risada que com a maior facilidade virava uma gargalhada gostosamente alta e sincera :D

Cabelos? Não me incomodavam, pois com cachos do alto à baixo, douradinhos e compridos, me sentia muito linda, muito eu...
Hoje, olho no espelho e me arrependo amargamente de ter me rendido à escova progressiva, sinceramente? Foi a maior, uma das maiores merd... que já fiz com meu cabelo. Por que não a maior? Por que meu cabelo já foi cortado, oxigenado, pintado de papel crepom verde para parecer com as personagens do desenho Jem e as hologramas
 (Nunca ouviu falar? No youtube tem alguns episódios), e quando decido pintar com tinta, por sugestão da minha prima de coração, a tinta me deixa com o cabelo cor de abóbora...
Mas mesmo com o cabelo mutante, me sentia bem...
Sabe quando você tinha vontade de dar um beijo naquele gatinho? Pois é, depois de passar o início da adolescência gordinha e com vontade reprimida, passei o restante da mesma, magra e beijando muiiiitttoooo.
Ai, meu Deus!
O tempo passa tão rápido.
E como não falar das coisas que me são caras, queridas, ou ainda, das que me deixam de cabelos em pé, ou que me estressam... Pois é.... Essa é a proposta desse blog... Falar sobre o que vier na telha, na laje, onde for...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um é pouco, dois é bom e três é D+

Resolvi iniciar um novo blog...
Um local para análises e reflexões.
Um cantinho espaçoso para trocar figurinhas e impressões, tudo na medida certa :)